Texto: Ricardo Vital
Fotos: Leandro Almeida e Bianca Rodrigues
Os Paralamas do Sucesso vieram tocar na capital de São Paulo, num dos mais importantes espaços culturais da cidade, o Sesc Pompéia. NESM esteve presente na quinta-feira para conferir a primeira das 3 datas (12, 13 e 14 de Janeiro) e contar um pouco pra vocês.
Depois de passar parte de 2016 se apresentando apenas no formato de trio, sem a presença de João Fera (teclados) e dos metais, os Paralamas voltam a incluir os músicos agregados em sua turnê. Para o público heterogêneo, foi uma ótima oportunidade de conferir de perto um show clássico dos Paralamas. Era possível ver muitos fãs com camisetas dos Paralamas e também do Police, banda com a qual os Paralamas sempre tiveram forte afinidade.

Esta influência de Police (sobre a qual Bi Ribeiro fala bastante na entrevista que nos concedeu) se explicitou na execução de Vital E Sua Moto, com referências a dois clássicos do trio inglês: Na introdução, Herbert cantou alguns versos de Don’t Stand So Close To Me, e no meio da música, de Every Breath You Take.
Esta conexão entre os trios é muito interessante. A influência sonora da banda Police sobre os Paralamas se faz sentir principalmente nos timbres da guitarra de Herbert, molhados de chorus (um efeito que faz o som ondular) e inspirados no guitarrista Andy Summers, e na forma como João Barone explora os contratempos, tempos quebrados e células rítmicas não convencionais, ideias também utilizadas pelo baterista Stewart Copeland.

Por falar em efeitos de guitarra, é interessante observar uma adaptação técnica realizada para atender as necessidades de Herbert, que depois do acidente, por razões óbvias, não consegue operar uma pedaleira convencional com os pés. Assim, seus pedais de efeito ficam num dispositivo à altura de sua mão, para que o guitarrista consiga trocar de efeitos entre as músicas e mesmo durante elas.

Em alguns momentos do show, Herbert soltou alguns versos em espanhol, lembrando a íntima relação da banda com o público latino-americano, notadamente o argentino. Aliás, uma das canções que normalmente mais faz sucesso nas apresentações paralâmicas é justamente Trac-Trac, parceria com o argentino Fito Paez.
Herbert estava bem humorado e se comunicou bastante com o público, fazendo brincadeiras simpáticas, como quando disse que parte dos fãs, como os Paralamas, estão entrando na terceira idade, mas ainda mostram muita energia.
Após o show, conseguimos uma foto com o simpático baixista Bi Ribeiro, que na semana seguinte bateria um super papo com a gente pelo telefone (clique para ler a entrevista):

O roadie Fabrício (que atende diretamente a Bi Ribeiro – cada Paralama tem seu próprio roadie, além da equipe geral) nos conseguiu ao final do show uma cópia do Setlist:

Antes da última música do bis, Que País É Este?, João Barone fez um discurso rápido sobre o momento político do país, e após darem o recado musical os Paralamas se retiraram, deixando o público saciado e extasiado com a energia sonora Paralâmica.

Agradecimentos especiais a Fernanda, Camila e toda a assessoria do Sesc Pompéia!